As pessoas que me conhecem e convivem comigo sabem que nos últimos anos minha mãe e nossa família lutamos contra uma doença. Foram aproximadamente quatro anos nos quais corremos atrás de medicamentos, médicos, diagnósticos e procuramos dar a ela a melhor qualidade de vida possível. Nessa última sexta feira, dia dois de novembro, minha mãe descansou de todas as aflições e sofrimentos que experimentou durante todos esses anos. Ela já estava internada a uma semana vítima de um AVC bastante grande que teve no sábado anterior e acabou não resistindo. O AVC foi complicado em virtude da baixa coagulação dela, decorrente da doença hepática crônica que já estava bastante avançada.
Eu e minha mãe tivemos nossas desavenças é claro, e eu estaria mentindo se dissesse o contrário. Eu várias vezes disse a ela, que um filho discordar de sua mãe era saudável, mas que apesar de tudo devíamos manter o respeito. Minha mãe sabia que eu a amava, apesar de todas as vezes que discutimos, que discordamos, que nos magoamos mutuamente. Espero sinceramente que minha mãe tenha partido sabendo que eu, meus irmão, e toda a família a amávamos e fizemos de tudo para mantê-la bem e, na medida do possível, feliz.
Minha mãe, eu sentirei muito sua falta. Sentirei falta de quando discutíamos, de quando perdíamos a paciência um com o outro e de quando nos desentendíamos. Mas sentirei falta principalmente de quando ríamos juntos, de quando tínhamos bons momentos, de quando pude ajudá-la, seja com cuidados simples, fosse com noites mal dormidas no hospital. Me sinto mais sozinho do que nunca, mas com o tempo sei que isso irá melhorar, pois sei que a tristeza que a senhora sentia por estar naquela situação não mais existirá.
Agradeço a todos os amigos que emprestaram seus ombros, seus braços e seu tempo e mesmo aqueles que se fizeram presentes apenas com simples mensagens de texto. São situações como essas que nos fazem perceber as pessoas que se importam de fato conosco.
E antes que alguém levante a mão e questione o porquê desse texto estar aqui no blog eu respondo que o blog é meu e se eu quiser escrever sobre coquinhos eu escrevo que eu precisava escrever algo, me expresso melhor assim. Ainda ess semana postarei coisas mais alegres e tirarei as teias de aranha desse blog.
Pra finalizar, posto uma música que minha mãe provavelmente não conhecia, mas que gosto de pensar que cantaria comigo:
que lindo, Carlos
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