terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tópicos Essenciais em Biologia #4: Evolução #4

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Clique nos links abaixo para ler os artigos anteriores:

Evolução 1

Evolução 2

Evolução 3

No início do século 20 a evolução como mudança não era seriamente ameaçada, a grande maioria dos biólogos já haviam a incorporado em seus estudos.  O grande porém da biologia evolutiva da época era a ausência de um consenso sobre qual era o principal mecanismo evolutivo que agia nos seres vivos. Como vimos no último artigo, a seleção natural foi muito mal recebida, principalmente pela incapacidade de Darwin produzir uma teoria de herança satisfatória. Assim, no início do século, diversas teorias lutavam para serem protagonistas na evolução. Dentre essas teorias estavam a própria seleção natural.

No início do século XX, as leis da hereditariedade postuladas por Mendel foram redescobertas. Dessa forma, a Biologia dispunha de uma teoria de herança particulada que explicava a herança genética de virtualmente todos os seres vivos. Longe de auxiliar a aceitação da seleção natural, os primeiros mendelianos viam a herança de Mendel como a pá de cal dos darwinistas. Para esses geneticistas, a evolução diferia radicalmente daquela imaginada por Darwin. As mudanças seria bruscas, através de macromutações. Em outras palavras, grandes mudanças ocorreriam de pai para filho, de uma geração para outra. Essas grandes mudanças ocorreriam em virtude de grandes alterações no material genético.

Entretanto, na segunda década do século, vários pesquisadores começaram a publicar trabalhos que demonstravam que a seleção natural não só era possível em seres com herança mendeliana com provavelmente era o mecanismo mais poderoso da evolução. Foram diversos trabalhos de varios pesquisadores que permitiram essa proeza científica. A união dessas ideias permitiu a criação daquilo que grande parte das pessoas conhece por neodarwinismo, ou seja, as ideias de Darwin revigoradas. Ela também é conhecido por nomes mais adequados de Síntese Moderna e Teoria Sintética da Evolução. A seguir, tentarei resumir as principais contribuições para esse entendimento.

Ronald Aylmer Fisher (1890-1962); J. B. S. Haldane (1892-1964); Sewall Wright (1889-1988)

Fisher, Haldane e Wright foram os primeiros pesquisadores a reconciliar os trabalhos de Mendel e Darwin. Foram eles que, de fato, demonstraram que  a seleção natural poderia operar em conjunto com a herança particulada através de seus trabalhos teóricos, em especial A Teoria Genética da Seleção Natural (Fisher – 1930), Evolução em Populações Mendelianas (Wright – 1931) e As Causas da Evolução (Haldane – 1932). Esses trabalhos sintéticos abriram caminho para que outros pesquisadores ampliassem o escopo da Teoria Evolutiva, abrangendo posteriormente todo o mundo vivo. Haldane também é célebre na Biologia por ter contribuído para desenvolver a teoria sobre a origem da vida e ter cunhado uma das frases mais legais do mundo: “Me mostre um fóssil de um coelho no pré-cambriano e eu assumo que a Teoria da Evolução está errada.”

Theodosius Dobzhansky (1900-1975); Ernst Mayr (1904-2005); Julian Huxley(1997-1975) George Gaylord Simpson ( 1902-1984)

Dobzhansky foi o cientista que criou a frase citada por nove entre dez biólogos: “Nada na Biologia faz sentido senão sob a luz da Evolução”. E ele não poderia estar mais certo. Graças ao seu próprio trabalho, em especial seu livro Genética e a Origem das Espécies (1937) a Síntese Moderna foi ampliada e influenciou muitos biólogos. Já Mayr trabalhou extensivamente com a questão da especiação, contribuindo para a formação de um novo conceito de população e de espécie. Sua obra máxima foi Sistemática e a Origem das Espécies (1942). Julian Huxley (neto de Thomas) fez um importante trabalho de síntese na obra Evolução: A Síntese Moderna, que acabaria dando o nome do movimento como um todo. Por fim, Simpson com seu Tempo e Modo em Evolução (1944) demonstrou que não havia a necessidade de se invocar forças ortogenéticas para explicar o registro fóssil. Para isso bastava utilizar-se de conceitos evolutivos.

Finalizando o post de hoje (está curto, eu sei), a importância desse período de tempo para o pensamento biológico é inestimável. Graças a esses cientistas, e outros não citados, a Biologia conseguiu se tornar uma ciência unificada e isso é importantíssimo. Significa que qualquer pergunta que envolva um ser vivo, obrigatoriamente terá uma resposta evolutiva. Isso é muito bonito. Bem pelo menos eu acho (e certamente qualquer biólogo que ler essas linhas compartilhará esse sentimento). Na próxima aula postagem uma visão moderna da Evolução. O que incorporamos hoje, quais os principais mecanismos e alguns exemplos.

Saudações!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Expectativas para 2012: Cinema

O ano de 2012 será um dos melhores anos para o público nerd, no que diz respeito ao cinema. Alguns dos lançamentos prometidos para esse ano são filmes extremamente esperados por mim e por muitos. Vamos conhecer alguns que eu certamente verei e outros que eu passarei longe


O Hobbit – Uma Jornada Inesperada
(The Hobbit: An Unexpected Journey)
Direção: Peter Jackson


Petert Jackson nos levará novamente à Terra Média nesse que é o primeiro filme de dois que contará a história do Hobbit, primeiro livro de Tolkien. Aqui mesmo no Cyanocorax escrevi uma pequena resenha sobre a obra (clique aqui), leitura obrigatória para qualquer nerd de verdade (o livro, não minha resenha). Pessoalmente, espero que o filme retire um pouco do ar infantil (afinal, O Hobbit foi escrito para crianças) do livro e faça valer a safadez a tática de produzir dois filmes para um livro contando a história toda.




Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Batman – The Dark Knight Rises
Direção: Christopher Nolan


Christopher Nolan salvou os filmes de super-heróis com sua franquia do homem-morcego. Tanto Batman Begins quanto o The Dark Knight são filmes densos e que ajudam a retirar aquele estigma de filmes para crianças que ainda existe para filmes do gênero. Espero bastante dessa continuação.




O Espetacular Homem-Aranha
The Amazing Spider-Man
Direção: Marc Webb


Aguardo esse filme com certo receio. Achei prematura a ideia de rebootar o universo do cabeça de teia tão cedo, mesmo entendendo que Homem-Aranha 3 foi um total fiasco. Eu sempre gostei da cara de perdedor do Tobey Maguire como Peter Parker, e fico receoso com o ar “descolado” que Marc Webb quer dar ao nerd-padrão Parker. Bem, esperemos, pois pior que Lanterna Verde este filme não pode ser.




MIB – Homens de Preto 3
MIB III
Direção: Barry Sonnenfeld


Mens in Black é uma das franquias mais legais que eu assiti, em especial o primeiro filme. Espero que esse filme não sofra com a maldição da trilogia e seja um fiasco total como foram Homem Aranha e X-men 3.




Os Vingadores
The Avengers
Direção: Joss Whedon


Ver os maiores heróis da Terra juntos em película é o maior sonho de qualquer fã de quadrinhos. Esse ano poderemos ver a Liga da Justiça Genérica da Marvel Os Vingadores combatendo ameaças juntos no cinema. O filme, por si só, já fale a entrada. Estou confiante que a história seja razoável e tenhamos algo lém das cenas de ação.




Fúria de Titãs 2
Wrath of the Titans 2
Direção: Jonathan Liebesman


O primeiro Fúria de Titãs foi um filme meia-boca. Apesar do grande apelo visual (isso é inegável) a hitória não empolgou. Quando li a sinopse da continuação resolvi que assistiria para ver. Espero que o foco não seja simplesmente porrada (que é importante é claro) mas que os personagens e história sejam melhor abordados.




O Vingador do Futuro
Total Recall
Direção: Len Wiseman


Em 1990 foi lançado Total Recall que, inexplicávelmente, ficou conhecido no Brasil como O Vingador do Futuro. Estrelado por Arnold Schwarzenegger (sim, eu tive que colocar no Google pra escrever o neome corretamente), conta a história de Doug Quaid, um homem que descobre uma conspiração de uma companhia mineradora de Marte, que envolve ele mesmo. Tudo isso, obviamente no futuro. Confesso que estou curioso para ver esse remake, de um dos filmes que eu mais gostei de ver na minha infância.
Como não encontrei nenhum trailer do remake, vai aqui um do original.




Os Mercenários 2
The Expendables 2
Direção: Sylvester Stallone


Os Mercenários é um filme de porrada. É aquele filme que você desliga o cérebro e só se diverte. Unindo todos os maiores nomes do cinema de porrada dos anos oitenta, Os Mercenários 2 é presença obrigatória no cinema.
Torcer para que a presença de Chuck Norris não acarrete um filme de dez segundos.


Bem povo, por hoje é só. E só para avisar a quem posso estar lendo isso, as minhas postagens aqui serão realizadas sempre nas terças e sábados, salvo exceções.
Saudações!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Eu Li: Drácula, o Vampiro da Noite

Dracula Vampiro Noite

Essa Resenha tem spoilers, então cuidado!

Em 1897, Bram Stoker publicou aquele que seria o romance sobre vampiros mais famoso (e mais importante) da história. Esqueça Blade, esqueça Lestat. o vampiro mais importante da ficção (não que vampiros existam de fato, pelo menos vampiros humanos)  é e será sempre o Conde Drácula. Esse mês tomei vergonha na cara e decidi ler esse livro, talvez o maior clássico dos livros de terror.

Drácula não foi o primeiro e nem será o último dos livros com temática de vampiros. Tecnicamente, lendas sobre vampiros remontam o século XVII. Então o que o torna especial em relação a todas as outras obras vampirescas? Drácula é um livro que possui uma narrativa interessante,, que traz o ponto de vista dos diferentes personagens de forma alternada. Os capítulos são escritos sob a forma de fragmentos dos diários e relatos cotidianos de alguns deles, o que acaba favoracendo a fluidez da leitura e nos permitindo conhecer melhor os apectos psicológicos de cada um.

Alguns personagens de Stoker permeiam imaginário popular ainda hoje. O mais conhecido é evidentemente o personagem título, Conde Drácula, o assim dizer “vampiro-padrão”. Drácula (supostamente baseado em uma figura real) era um conde que habitava os ermos da Transilvânia e que decide mudar-se para a efervescente Londres. Muitos dos poderes e fraquezas clássicos de um vampiro ocorrem em Drácula. Ele não possui imagem especular, não tolera alho, bebe sangue, pode se transmutar entre outros. Virtualmente todos os vampiros que surgiram posteriormente na literatura se inspiraram na figura do Conde.

Outra figura conhecida é a de Van Helsing. Ao contrário do que a maioria deve pensar, Van Helsig não era o Wolverine caçador de vampiros que apareceu recentemente em Hollywood. Na trama de Bram Stoker, o Professor Van Helsing é um homem de certa idade, médico e que estuda doenças obscuras, nutrindo especial interesse por vampirismo. É ele quem detecta os sintomas do vampirismo em Lucy Westenra e quem ensina como repelir e matar vampiros.

É claro que a obra não é perfeita; Posso destacar aqui dois pontos que não me agradaram de todo. No geral, esperava um pouco mais de ação, em especial na cena final com a morte do Conde. A forma com a qual os conflitos (esse em especial)são resolvidos no livro poderia, a meu ver, ser melhor levada. Claro, o romance não é de ação, então isso é relevado de certa forma. Outra crítica é quanto a certa ingenuidade das personagens em alguns momentos. Quando Mina Harker começa a ser parasitada por Drácula, apresenta todos os sinais que a sua própria amiga Lucy havia apresentado antes, no entanto, nenhum dos homens que convivem com ela é capaz de perceber essa condição, nem seu marido. A própria Mina não consegue identificar seu estado, mesmo ela tendo dois furos no pescoço. O que parece, é que o autor dotou os personagens e uma certa “falta de atenção” nesses momentos para facilitar o desenvolvimento da trama.

No geral, posso dizer que Drácula, o Vampiro da Noite, de Bram Stoker é um livro muito bom. Uma obra que definiu toda a mitologia popular sobre vampiros e criou personagens até hojé icônicos na cultura pop. Se você gosta de vampiros (eu disse vampiros, não fadas) e nunca leu esse livro, está totalmente defasado, corra atrás imdiatamente.

Nota: 8,5