terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cyano citações #5

O que fazer quando não sabe o que escrever em um blog? Escreva sobre citações de outras pessoas! É por esse motivo que mais uma vez venho neste espaço discorrer de forma doentia sobre delírios (ou não) de outras pessoas.

Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes.

Isaac Newton

Todo mundo já ouviu ou leu essa frase em algum lugar. É boa para nos lembrar que tudo que sabemos vem de alguém que pensou naquilo antes de nós.

Para ser um bom observador é preciso ser um bom teórico.

Charles Darwin

Darwin foi um dos maiores observadores (quiçá o maior) da história da Ciência. É evidente (e o próprio Darwin é prova disso) que de nada adianta observar os fatos certos no momento certo se você não é capaz de conectá-los e explicá-los de forma coerente.

É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias.

Emmanuel Kant

Triste realidade. No Brasil, especificamente, a escola só se presta a ajudar a melhorar indicadores (através de provas pífias como a do ENEM, Prova Brasil e outras nas quais os alunos ainda vão mal) e a fazer propaganda pseudoesquerdista.

Torna-te aquilo que és.

Friedrich Nietszche

Esse é um grande conselho. Ao menos que seu verdadeiro eu seja o de um político assassino ou ladrão.

O homem nunca sabe do que é capaz, até que o tenta.

Charles Dickens

Em geral eu não gosto da espécie humana. Mas é inegável que, nosso potencial para construir e conquistar coisas é imenso.

É isso primatas, nos vemos no sábado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tópicos Essenciais em Biologia #3: Evolução #3

biologia_ufrj1

Vimos, nos últimos capítulos, o que é evolução biológica e como Lamarck começou a tratar sobre o assunto. Hoje, conheceremos a história de Charles Robert Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913) e como o pensamento dos dois contribuiu para transformar a Biologia em uma ciência unificada.

Charles-Darwin

Charles Darwin era filho de Robert Darwin, um proeminente médico. Charles teve uma vida acadêmica conturbada, desistiu da faculdade de medicina e acabou cursando teologia. Sempre teve interesse por História Natural, em especial sobre Geologia e animais invertebrados. Darwin, como a maioria dos outros naturalistas da época, era fixista, ou seja, acreditava que as espécies não mudavam. Também era criacionista, em outras palavras acreditava que as espécies, em algum momento no passado, haviam sido criadas magicamente por algum ser superior. Contudo suas percepções começaram a de fato mudar quando fez sua clássica viagem ao redor do mundo à bordo do HMS Beagle. Durante sua jornada, Darwin coletou evidências que HMS Beagle o ajudaram a questionar tanto a criação especial quanto o fixismo.

De posse desses novos dados, Darwin ainda demorou vinte anos para preparar sua obra e suas ideias sobre evolução. Essa demora se deveu a vários fatores. Darwin havia casara-se com uma de suas primas prima e essa mulher era extremamente religiosa. Charles temia que suas descobertas acabassem sendo decepcionantes para ela, a qual já temia que sua alma fosse ao inferno. Além disso, também havia a questão sobre a opinião pública. Se atualmente demonstrar que dogmas religiosos são falsos, no século XIX isso era ainda pior. Darwin precisava de um trabalho muito sólido, e por isso passou vinte anos reunindo dados e evidências que dessem ao seu trabalho essa solidez. Para isso, realizou leituras e trabalhou também com a criação de animais domésticos, em especial de pombos. A grande capacidade da seleção artificial em produzir formas diferentes deu a ele argumentos para defender, posteriormente, a selação natural.

Entretanto, Charles poderia demorar ainda mais tempo para publicar suas ideias, não fosse uma carta recebida por ele, remetida por um certo Alfred Russel Wallace. Wallace Na correspondência, o jovem naturalista pedia a opinião de Darwin sobre uma ideia elaboradapor ele e que segundo o próprio Darwin, era o resumo perfeito de suas próprias ideias sobre evolução. Quando leu aquela epístola, Charles temeu perder a sua originalidade. Afinal, as ideias de Wallace eram idênticas as dele, e como todos sabem, quem as publica primeiro tem o mérito. Esse dilema se resolveu quando os dois, conjuntamente, publicaram um resumo de suas obras na reunião da Sociedade Lineana de Londres. Um ano depois, Darwin publicaria aquele que seria o mais importante livro da história das Ciências Biológicas, a Origem das Espécies

Quanto a Wallace, ele chegou à ideia da Seleção Natural como um insight, o famoso “eureca”, enquanto trabalhava em florestas do arquipélago malaio. Diferentemente de Darwin, o qual uniu observações meticulosas e anos de estudo e experimentação, Wallace fez uso principalmente de suas observações e algumas leituras. Em suma, ele estava na hora certa no lugar correto. Alguns dizem que Darwin roubou as ideias de Wallace, ou se aproveitou dele. Na realidade, ambos tiveram méritos na descoberta, chegaram, independentemente, ao mais poderoso conceito da Biologia: a evolução por meio da seleção natural.

É importante que falemos sobre dois conceitos importantíssimos para a evolução darwiniana: a seleção natural e a origem comum.

Seleção Natural:

Não é o meu objetivo aqui esgotar a seleção natural (isso é assunto pra outra hora). Para entendermos o que era a seleção natural para Darwin –Wallace basta pensarmos nos seguintes pontos:

Em qualquer espécie, a quantidade de filhotes produzidos é muito maior do que aquela que o ambiente pode suportar

A quantidade de indivíduos nas populações permanece praticamente constante com o tempo. Em outras palavras, na maioria dos casos não há aumento ou diminuição significativas nas populações.

Logo, podemos concluir que, de alguma forma, o ambiente regula aqueles indivíduos que sobrevivem ou não.

Como Darwin e Wallace chegaram a essa conclusão? O primeiro e o segundo pontos são fatos observáveis, e os dois (e qualquer pessoa pode) os visualizaram na natureza. Para concluir o terceiro, eles tiveram ajuda de um artigo escrito por Thomas Maltus, An Essay on The Principles of Population. Nele Maltus especulava que o crescimento populacional humano cresceria em proporção geométrica, enquanto a produção de alimentos seguiria proporção aritmética. Desta forma, em algum momento do futuro, haveria escassez de alimentos, fome e mortes. Wallace e Darwin transpuseram esse raciocínio para o mundo natural. Assim, enquanto as espécies possuem potencial reprodutivo grande, o ambiente é restritivo. A esse mecanismo, Darwin chamou seleção natural.

Entretanto, ainda não está claro, quais indivíduos são selecionados para sobreviver e quais morrem. Para entermos isso precismos conhecer os dois últimos pontos

Existe variação entre os indivíduos. Ou seja, uma caracterítica qualquer como por exemplo, tamanho, varia na população. Existem indivíduos grande, pequenos e médios.

Os indivíduos melhor adaptados ao ambiente no qual se encontram sobrevivem e tem mais descendentes. Esses descendentes herdam as caracteríticas mais vantajosas presentes em seus pais.

O ponto 4 é facilmente observável. Todos sabem que a variação existe em virtualmente todas as características presentes nos seres vivos. Contudo, o quinto ponto não é tão claro, ou pelo menos não era na época. É razoavelmente evidente que indivíduos que tenham variações mais vantajosas para um certo ambiente sobrevivam mais e tenham maior prole. Contudo, não era claro na época (e pra alguns pessoas ainda hoje) que essas características poderiam ser herdadas, o que pode (ou deveria ser) ser evidente para nós. A verdade é que esse foi o principal motivo para que a seleção natural não fosse aceita como o principal mecanismo da evolução até metade do século XX. Sobre os mecanismos de herança, falarei em oura oportunidade

Origem Comum

Em um ponto, a evolução darwiniana difere radicalmente da evolução lamarckiana. Para Lamarck, cada espécie evoluia de forma independente. Ou seja, a espécie Canis familiaris evouluiu de forma independente e nunca possuiu qualquer ramificação com qualquer outra espécie. Já para Darwin, e evolução segue o padrão de uma árvore,  ou arbusto. As espécies atuais possuem parentesco entre elas, são fruto da ramificação de espécies ancestrais. Em última estância, todas as espécies da Terra são descendentes de uma única espécie ancestral. Isso quer dizer que você leitor e digamos, sua frieira, compartilham um ancestral comum, que viveu em algum ponto do passado.

a21fig04

A origem comum é um problema, talvez o principal, para grande parte das pessoas. Isto é bastante visivel por comentários como, “eu não evolui de um macaco” “mimimi”. Pode ser que a maioria das pessoas não goste de saber que nossa espécie (assim como qualquer outra) não surgiu do nada, mas evoluiu através de outras que já existiam. Pior ainda, que possuimos parentesco com todas as outras, desde chimpanzés até amebas.

Todavia, para desespero de alguns, a origem comum é plenamente corroborada por dados paleontológicos, anatômicos, embriológicos e moleculares (veremos sobre isso em postagens futuras)

No próximo post, finalizaremos a parte histórica da evolução com a Síntese Moderna

Até a próxima tetrápodes.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eu li: Dragões de Éter: Círculos de Chuva

C_rculos_de_Chuva_Drag_es_de_ter_Raphael_Draccon_4_

Depois de uma grande espera eis que trago alguns comentários sobre o último livro de Raphael Draccon, Dragões de Éter: Círculos de Chuva.

Nessa última obra, penso que o autor perdeu um pouco “a mão” de sua escrita. As tramas paralelas, bem amarradas nas obras anteriores, em especial no segundo livro, perdem em alguns casos a validade aqui. Por vezes são histórias que não acrescentam nada ou quase nada à trama geral, ora são de certa forma soltas demais. Muitos personagens e histórias são inseridos mas não encontram um bom aproveitamento. Creio que isso se deva ou a uma possível continuação planejada pelo autor, a qual reuniria essas pontas soltas, ou  uma possível deterioração da série. Eu particularmente gostaria de ler uma nova obra que, quem sabe, pudesse fechar os arcos ainda abertos.

A prosa do autor continua boa, perfeitamente entendível e fluida. Contudo, fantasmas de interações desnecessárias com o leitor, as quais eu julgava superadas depois de Corações de Neve voltaram a assombrar minha leitura. Apesar disso, as tramas digamos, “principais” seguem de forma coerente durante a maior parte do tempo.

Dito isso, eu não vejo essa obra como um livro ruim. Apenas acredito que a qualidade vista nos dois primeiros livros (e em especial no segundo) tenha decaído nesse terceiro. O que é uma pena, uma vez que alguns personagens inseridos nesta última obra poderiam ser muito bem aproveitados. Se uma continuação for escrita (admito que não sei se será ou não), pode ser que esses arcos e personagens não tão bem aproveitados sejam justificados. Até lá, continuo achando Círculos de Chuva fraco se comparado a Corações de Neve e mesmo Caçadores de Bruxas.

Nota: 6,3

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tópicos essenciais em Biologia #2 – Evolução #2

biologia_ufrj1

Ano passado eu escrevi aqui um pouco sobre a teoria mais importante da Biologia, a Teoria Evolutiva. Na postagem de hoje quero resgatar algo que é muitas vezes negligenciado, tanto por biólogos quanto pelas pessoas normais em geral, a história. Sem entender como o pensamento evolutivo surgiu e cresceu, fica muito difícil compreender como estamos hoje.

Muitas pessoas especularam sobre evolução antes de Darwin, desde filósofos gregos até Erasmus Darwin, seu avó. Contudo, o primeiro homem a tratar o assunto de forma científica foi um naturalista francês chamado Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) . Lamarck possui hoje a fama (injusta) de estar lamarckerrado sobre a evolução, em especial com duas de suas ideias (não necessariamente as mais importantes): a lei do uso e do desuso e a herança das características adquiridas. Falaremos hoje um pouco sobre Lamarck, suas ideias e porque é injusto julgá-lo como burro (como livros didáticos em geral fazem).

A teoria evolutiva de Lamarck baseava-se em alguns conceitos centrais, o uso e o desuso, a herança das características adquiridas, a necessidade, e a origem independente das espécies. Vamos tentar entender cada um deles.

Lei do Uso e do Desuso

O raciocínio é simples. Quando utilizamos muito um órgão ele tende a aumentar de tamanho. De forma oposta, ao utilizarmos pouco um órgão ele diminui, atrofia. Na verdade, Lamarck não criou um conceito novo. O que ele fez foi sistematizar um conceito que era amplamente divulgado oralmente (ou seja, de senso-comum). Tanto naquele período do tempo quanto atualmente o uso e desuso ainda encontra muito adeptos.

A lei do uso e desuso está errada? Não necessariamente. Certas partes do nosso organismo podem aumentar ou diminuir conforme sejam ou não usadas. Por exemplo, se um homem passar a frequentar a academia e treinar com afinco, seus músculos aumentarão em tamanho. Em outras palavras, o uso aumentado do tecido muscular o leva ao aumento de tamanho. Por outro lado, se esse mesmo burro homem passar a usar esteróides para aumentar sua massa muscular terá problemas. Os asteróides esteróides nada mais são do que hormônios sintéticos, análogos à testosterona produzida pelos testículos. Quando percebem que a corrente sanguínea do camarada está saturada de hormônios, esses orgãos “cruzam os braços”. Afinal, por que trabalhar quando fazem o seu serviço? Com o tempo, o “ócio” acaba fazendo com que as gônadas do caboclo atrofiem, acarretando a ele, dentre outros problemas “peitinhos” ginecomastia.

Evidentemente, a maioria dos órgãos não aumenta ou dimui drásticamente com o uso ou não. Além disso, para tentar explicar a evolução dos seres vivos, é necessário considerar outro mecanismo em conjunto: a herança das característica adquiridas.

Herança das Características Adquiridas

Esse é outro conceito chupinhado sistematizado à partir do senso comum por Lamarck. A herança das características adquirdas diz que, as características que um indivíduo adquire durante sua vida poderiam, ao menos em parte, ser transmitadas aos seus descendentes. De alguma forma, um caráter qualquer adquirido durante sua vida poderia passar à sua prole. E é aí que articulamos com o uso e o desuso. Se durante sua breve existência você desenvolveu muito seus músculos, teoricamente seus filhos também terão essa características, ou seja, serão fortes. Agora, se você usou esteróides, tenho más notícias pra você…

Hoje sabemos que a herança das características adquiridas (também conhecida como herança lamarquiana ou herança “leve”) não ocorre nesse planeta, ao menos a npivel genético. As características que são adquiridas por um indivíduo durante sua existência não podem acessar o material genético das células germinativas e serem propagadas para as gerações seguintes.

Evidentemente, Lamarck não possuia informações que poderiam impedí-lo de cometer esse erro. Nada se sabia sobe hereditariedade. Era plausível na época (e infelizmente para muitas pessoas ainda hoje) que certas características pudessem ser transmitidas dessa forma. O próprio Darwin admitia que a herança das características adquiridas pudesse ocorrer, mesmo porque ele não foi capaz de elaborar uma teoria de herança decente.

Durante muito tempo, grande parte dos naturalistas aceitava a gerança lamarkiana como sendo real. Apenas após os trabalhos de August Weismann com roedores esse tipo de herança acabou sofrendo abalos consideráveis, até ser finalmente sepultado durante a Síntese Moderna.

Necessidade

Talvez o ponto principal do corpo de ideias evolutivas de Lamarck seja o conceito de ortogênese. Segundo esse conceito, existiria alguma força interna em cada organismo que o impeliria a evoluir. Em outras palavras, as espécies “querem” evoluir, “querem” mudar.

Um conceito que acabou influenciando Lamarck e aos seus seguidores, tanto na questão da ortogênese quanto a origem das espécies foi a Scala Naturae ScalaNatuae_Dion de Aristóteles. Segunda essa linha de pensamento, os seres vivos seguiriam uma linha pré-determinada, do organismo mais simples para o o mais complexo (que estranhamente seríamos nós). Desta forma, cada espécie atual estaria mudando, por necessidade, para uma direção pré-definida, ou seja, tornar-se humanos

A ortogênese possui tantos problemas conceituais que fica até difícil começar. Em primeiro lugar, nunca foi demonstrado que tipo de força seria essa, como ela agiria, onde e quando. E como sabemos, a ciência não pode assumir explicações sobrenaturais ou metafísicas (se não sabia disso reclame com seus professores de ciências). Além disso, não há qualquer evidência direta que nos remeta a uma força desse tipo. A aparente perfeição das formas de vida se sustenta apenas à primeira vista. Nunca é demais reforçar: não existe perfeição na natureza.

Origens independentes

No que diz respeito à origem das espécies, Lamarck acreditava que todas elas possuíam origens separadas. Cada espécie atual teria se originado independentemente por geração espontânea. Isso difere radicalmente da ideia darwiniana de origem comum, que será abordada no futuro aqui. Para Lamarck, as espécies são independentes e seguem caminhos paralelos, cada uma delas em uma etapa da evolução pré-determinada.

Aqui mais uma vez vemos a influência da Scala Naturae. Não existem ramificações durante a evolução. Cada espécie segue a sua própria escala, sem interferência das demais.

O que é importante para nós é perdermos aquela visão de “Lamarck errado e Darwin certo” que costuma ser propagada durante o ensino básico. Lamarck tinha muitas ideias, algumas corretas, outras parcialmente corretas e outras errôneas. Contudo, não podemos guilhotiná-lo por isso, uma vez que a ausência dos conhecimentos que temos hoje foi de vital importância para esses erros. Além disso, é bom lembrar que Darwin de certa forma também era um lamarckista, na medida que aceitava (ao menos parcialmente) as ideias de Lamarck.

Então pessoas queridas, e outras nem tanto, por hoje é só. Pra quem teve a paciência de chegar até aqui, semana que vem tem mais Evolução (ou não)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Eu li: Dragões de Éter: Corações de Neve

dragoes_eter

Já faz algum tempo que eu li e resenhei aqui o primeiro livro da série Dragões de Éter, de Raphael Draccon e prometi que falaria também sobre os dois outros livros já lançados. Apesar do pequeno hiato, hoje venho cumprir ao menos metade da promessa e comentar sobre o segundo livro, Corações de Neve. Em sua segundo obra, Raphael Draccon demonstra mais maturidade em sua escrita. Ele continua escrevendo muito bem, contudo aquela veia jocosa está um pouco mais contida o que, ao menos ao meu ver, torna a leitura mais agradável.

A forma com a qual o autor desenrola a história em Corações de Neve é semelhante àquela de Caçadores de Bruxas. São várias perspectivas, de vários personagens, todas acontecendo quase que ao mesmo tempo. Para isso ele alterna os pontos de vista em capítulos curtos que não cansam a leitura. De fato, em Corações de Neve, Raphael trabalha melhor com essa alternância do que em Caçadores de Bruxas, quando por vezes a narrativa ficava um tanto quanto confusa.

Um ponto positivo da primeira obra que se repete nessa é a releitura feita dos tradicionais contos de fadas, desde Branca de Neve e os Sete Anões até Robin Hood. Raphael Draccon não só soube dar uma bela roupagem a essas histórias como também conectá-las em um mesmo universo sem parecer forçado. Na maior parte dos casos as conexões soam bem naturais e plausíveis.

Enfim, Dragões de Éter: Corações de Neve é um livro que, ao mesmo tempo que mantém conexões e semelhanças com a obra anterior do autor também apresenta diferenças que se não são marcantes, são bastante visíveis. Além disso, importantes conexões de enredo são feitas entre a obra e a sua sequência, Círculos de Chuva. Confesso que gostei do rumo que a narrativa e o estilo tomaram na obra. Corações de Neve é uma boa obra.

Nota: 7,5

As vezes penso se não é pretensão demais a minha dar notas aos livros e filmes que vejo…

Bem, eu sou pretensioso mesmo, nada mais natural. As notas permanecem, até segunda ordem. Até a próxima!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Feliz 2012!

Eu nunca escondi o fato de que não gosto muito de postar coisas aqui referentes ao meu cotidiano. Ter um dário virtual de meus passo nunca foi o objetivo desse espaço (mesmo porque diários são coisas de menininhas). Entrtanto, achei de bom tom escrever algo aqui para desejar um bom ano novo aos meus leitores e fingir que me importo com vocês.
Desejo a todos os que lerem essas linhas que tenham um bom 2012. Que esse ano que começa seja infinitamente superior ao que passou. Que possamos aprender com os nossos erros, com os erros de outrem também e que cresçamos como seres humanos (ou chimpanzés, elfos, lobisomens, tons de azul super-inteligentes – não tenho preconceitos).
Eu particularmente gostaria que as pessoas fossem mais confiáveis, mais lógicas e coerentes. Como isso é meio difícil me contentaria com objetivos mais realistas, como a paz no mundo e a extinção da pobreza.
Brincadeiras (ou não) à parte, que possamos crescer como sociedade e que tenhamos reais melhorias nesse país (não aquilo que temos no últimos anos). Não se esqueçam que temos eleições, e nada melhor que começarmos a melhorar como cidadãos e eleitores pensando antes de votarmos.
Por fim, para encerrar essa postagem despropositada e sem sentido, brindo-os com links relevantes e que me fazem ter esperanças cada vez mais crescentes na espécie humana (ah a ironia…)
“Teorias” sobre o fim do mundo
“O mundo não vai acabar, mas acreditamos em outras tolices”
Mais fim do mundo – vale muito a pena ler os comentários desse site – sério, risadas garantidas
Místicos prevêm o fim do mundo
É isso apes, feliz 2012 à todos