terça-feira, 30 de agosto de 2011

Cyano News: Gripe aviária pode sofrer novo surto

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Todos se recordam na última histeria epidemia de gripe A (carinhosamente conhecida por gripe suína), que paralisou vários serviços públicos em especial aqui em Curitiba. As estimativas da mortalidade dessa doença variam bastante, de país para país e de acordo com a quantidade de pessoas infectadas que são consideradas. Contudo, as estimativas mais infladas não costumam passar de 1%, o que quer dizer que a cada cem pessoas infectadas uma morre em virtude da enfermidade. É uma cifra considerável? Talvez, mas a meu ver não justificava a histeria que víamos aqui, ainda mais quando lembramos que a mortalidade no Brasil ficou na casa do 0,015% (a mortalidade da gripe sazonal beira os 0,1%).

O que dizer então de uma moléstia que infectou 565 pessoas e ceifou a vida de 331 delas? Para quem não se recorda esses foram os números que a chamada gripe aviária colecionou em 2003. Mas por que motivo eu estou dizendo tudo isso? Sábado, o Portal Terra vinculou uma notícia na qual comentava que a ONU temia que um novo surto dessa doença ocorresse. Segundo a notícia, a área na qual existem casos dessa gripe estaria aumentando na Ásia, deixando o pessoal da FAO “com a pulga atrás da orelha.

Tanto gripe suína quanto gripe aviária são causadas por cepas do vírus influenza, H1N1 e H5N1, respectivamente. Contudo, existem diferenças importantes entre as duas enfermidades, a começar pela letalidade, sensivelmente maior na variedade transmitida pelos dinossauros alados. Além disso, a forma de contágio também difere. O principal fator que impediu que a gripe aviária se disseminasse e nos fizesse o favor de exterminar grande parte da humanidade foi que o vírus não se transmite entre macacos, apenas de ave para primata. Por esse motivo, um Homo sapiens infectado poderia espirrar sobre qualquer um e não o infectaria.

Em teoria, um porco (por exemplo) poderia se infectar pela cepa aviária da doença e por uma cepa humana, ao mesmo tempo. Dentro do artiodáctilo, as duas cepas poderiam ter seus RNA recombinados. Desta forma a habilidade que cepas sazonais tem de serem transmitidas entre humanos poderia ser incorporada no genoma da cepa aviária. Esse era o principal temor quando a gripe aviária estourou em 2006, e teoricamente isso ainda é possível, uma vez que a cepa ainda está por aí.

De qualquer forma, fica a dica, se é pra se desesperar por causa de uma gripe, que seja por causa de uma que mata quase 60% dos infectados.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eu li: A Batalha do Apocalipse

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Recentemente tive a satisfação de adquirir uma nova obra para meu acervo, A Batalha do Apocalipse, de Eduardo Spohr. Gosto de livros ficcionais e fantásticos, e uma vez que ouvi coisas muito boas sobre esse em especial não pude deixar de conferir. E antes de mais nada posso dizer que Eduardo Spohr concebeu um ótimo livro. A Batalha do Apocalipse, longe de ser um livro com uma temática inédita, é uma obra que fala muito bem sobre um assunto que já foi extensivamente falado em outras mídias e mesmo em livros – a relação de anjos e humanos.

O personagem principal da trama, Ablon – um querubim exilado, é um herói clássico. Forte, passa por diversas situações de perigo até chegar à sua batalha final e lutar com seu verdadeiro inimigo, que acaba nem sendo Lúcifer, o Portador da Luz. A personagem feminina principal da trama, Shamira, acaba tento uma relevância muito grande, talvez até maior do que a do próprio Ablon, fugindo um pouco do esteriótipo “mocinha em perigo” costumeiro. Além disso, temos uma ampla gama de personagens secundário que são muito bem descritos. Não vemos aqueles personagens que só servem pra “tapar buraco” na história (a palavra estória é tosca e eu me recuso a utilizá-la). Praticamente todos tem uma relevância e perfis psicológicos distintos.

Um dos grandes méritos da escrita do Eduardo é que suas descrições são precisas na medida certa. A leitura das descrições dos cenários, localidades, é fluente, não chega a ser maçante. Nesse ponto, podemos fazer um contraponto (guardando as devidas proporções é claro) aos livros de Tolkien, que possuem descrições extensas, quase maçantes para a maioria dos leitores. Prefiro isso à escrita infantilizada de O Hobbit, mas a maioria dos leitores se cansa rápido. Nesse ponto, A Batalha do Apocalipse é uma boa pedida. Descreve bem e não cansa. Outro ponto forte é o roteiro. Muitos livros trazem histórias que são quase em sua plenitude, previsíveis. A Batalha do Apocalipse possui partes “previsíveis”? É claro, afinal todo roteiro tem sua evolução natural. Mas existem coisas, fragmentos de história, que repercutem em momentos mais adiantados, quando menos o leitor espera. E Eduardo Spohr faz isso muito bem.

Resumindo, A Batalha do Apocalipse é um ótimo livro, com uma história bem amarrada, um roteiro que nos surpreende, personagens bem elaborados e que prende o leitor. Leitura obrigatória para os nerds.

domingo, 14 de agosto de 2011

Eu vi: Capitão América

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Quando soube que a Marvel iria filmar Capitão América confesso que fiquei apreensivo, afinal nunca achei um personagem com um apelo popular tão grande. É claro que existem aspectos interessantes da personagem, a sua persistência e força de caráter e sua condição de deslocado em nosso tempo são alguns deles. Contudo, minha apreensão com o filme apenas cresceu quando apontaram Chris Evans como Steve Rogers/Capitão América. Afinal, Chris Evans era conhecido por fazer filmes de humor imbecis de humor e que por si só já tem cara de panaca. Evans é conhecido no meio nerd pelo papel de Tocha Humana nos dois filmes mais recentes do Quarteto Fantástico, ocasições nas quais ele interpretou bem o papel do igualmente panaca Johnny Storm. Meu medo era que Chris Evans fosse incapaz de interpretar um papel mais denso, como é o do Capitas. E posso adiantar que Chris Evans foi melhor do que eu esperava. No geral, Capitão América: O Primeiro Vingador é um bom filme. Vou listar aqui alguns pontos fortes e outros nem tanto que eu, com meu ponto de vista doentio, observei.

Pontos Fortes:

Steve Rogers

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A atuação de Chris Evans como Steve Rogers antes de transformar-se em Capitão América foi, surpreendentemente, boa. Evans personificou bem o conceito de perdedor que era Steve Rogers. Fraco, apanhava de todo mundo, mas era um cara persistente. Depois de tentar se alistar no exercíto e ir a guerra trocentas vezes, sempre sendo recusado por ser fraco, Steve foi escolhido para ser voluntário no Projeto Renascimento, que visava produzir um exército de super soldados. Rogers foi escolhido exatamente por sua força de caráter.

História bem amarrada

O roteiro de Capitão América é bem amarrado, à semelhança de Thor. Apesar do ritmo ser um pouco corrido (o que é compreensível, dada a quantidade de tempo que se passou), não vemos furos na história. Mesmo quem não conhece a mitologia do personagem consegue compreender a história.

Boa ambientação

Algo que eu achei interessante nessa película foi a ambientação da segunda guerra. Desde vestuário até os aparelhos tecnológicos (mostradores digitais pra que?), tudo remete a algo antiquado.

Universo Marvel

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Desde os filmes do Homem de Ferro, a Marvel vem tentando unificar o seu universo cinemátográfico. No Filme do Bandeiroso vemos muito disso. Além da cena final e da cena pós-créditos que estão aí exatamente pra isso, vemos conexão com o Filme do Thor, através do Cubo Cósmico.

Pontos Fracos

Filme de Guerra?

Quem esperava cenas de guerra no filme do Capitão se decepcionou. Praticamente não existem cenas de guerra, toda a ação que o Capitão toma na linha de frente acaba sendo ou suprimida ou muito resumida. Mesmo as cenas de ação decepcionam um pouco, um Capitão América meio burocrático lutando.

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Personagens mal aproveitados

Alguns personagens não são aproveitados na trama como poderiam. O Comando Selvagem por exemplo. Não se fala muito sobre suas qualidades, quem eles são. Quem assiste o filme tem a impressão que eles são apenas “os carinhas que foram salvos”.

Resumindo, Capitão América é um bom filme? Sim, mas não é um filme espetacular. Digamos que é um filme padrão Marvel, bem executado. Beira a média, sem atuções excepcionais, nem grandes diálogos, porém não compromete. Creio que seja uma boa introdução aos Vingadores, para ano que vem,

Nota: 7