Recentemente ocorreram dois terremotos de grandes proporções no continente americano. O primeiro aconteceu no Haiti, no dia 12 de janeiro, deixou por volta de 200000 mortos alcançando a marca de 7 pontos na escala Richter. Já o segundo é mais recente, aconteceu nessa madrugada do dia 27 e alcançou impressionantes 8,8 graus de magnitude. Até agora foram computadas 82 mortes.
Terremotos são eventos naturais que ocorrem com frequência em um planeta com tectônica, como é o nosso. Mas o que é tectônica?
Durante a maior parte da nossa existência como espécie acreditamos piamente que os continentes sempre existiram da forma exata a qual vemos atualmente. Isso começou a mudar no início do século passado, quando um meteorologista alemão chamado Alfred Wegener (1880-1930) propôs uma ideia (e viva o acordo ortográfico - isso foi irônico) inusitada para a época. Ele sugeriu, com base principalmente em fatos biológicos, que os continentes não só haviam tido movimento no passado como ainda se moviam. Wegener questionava como, por exemplo os marsupiais haviam se deslocado da América do Sul e chegado até a Austrália. A ciência da época utilizava para explicar essas discrepâncias as úteis ainda que bizarras pontes de terra. Onde quer que houvesse uma aberração geográfica eram criadas cômodas pontes de terra. Apesar das novas explicações fornecidas por Wegener sua teoria não emplacou entre os geólogos. Em parte por ter algumas dificuldades teóricas, afinal não explicava como era possível que enormes massas de terra se movimentassem na crosta, sem destruí-la completamente. Mas em parte foi birra mesmo. Afinal Wegener nem mesmo era geólogo, era "um homem do tempo", e estava questionando os alicerces da Geologia, o que não deve ter despertado a simpatia de ninguém. Não é um espanto que suas ideias não fossem aceitas. E afinal, a ideia nem era dele, mas do geólogo amador norte-americano Frank Bursley Taylor (1860-1938) que a propôs em 1908.
O problema da movimentação foi resolvido por Arthur Holmes (1890-1965), célebre geólogo inglês, autor da primeira datação urânio-chumbo. Ele propôs que o aquecimento do interior do planeta pudesse criar correntes de convecção fortes o suficiente para movimentar grandes massas de terra. Outras evidências como as grandes cordilheiras do fundo do Atlântico contribuíram para corroborar e sustentar a teoria, atualmente denominada de tectônica das placas.
Conhecemos por volta de 12 grandes placas que se movimentam com força, veloidade e direções diferentes. É o choque entre elas que causa o maior número dos grandes terremotos. É por essa razão que países próximos a regiões de encontro de placas, como é o caso do Chile e do Haiti sofrem com esses fenômenos. A pressão acumulada entre as placas acaba contribuindo para aumentar a potência do terremoto, por isso é comum a ocorrência de grandes terremotos com vários anos de distância entre eles.
Pra finalizar essa postagem, acho interessante lembrar que terremotos são eventos comuns. Possuem causas naturais e são em sua maioria explicavéis, muito embora não sejam muito previsíveis. Não há nada de místico nessas ocorrências, tampouco apocalíptico. Terremotos não acontecem por vontade de nenhuma divindade nem por consequência de nenhuma ação humana. Terremotos sempre ocorreram e se eles parecem mais comuns agora é em virtude exclusivamente da maior difusão de informação entre as pessoas. Eu, por exemplo soube desse último sismo pela internet, poucas horas após o ocorrido. Se não houvesse internet e outros meios de comunicação nem tomaria conhecimento. Foi o que aconteceu em 1775, quando aconteceu em Lisboa uma das maiores catátrofes da humanidade, quando um terremoto seguido de um tsunami mataram por volta de 100 mil pessoas. E o que as pessoas associara a isso na época? Ao apocalipse...
Agora fiquem com um vídeo sobre o tremor do Chile, com a famigerada musiquinha do plantão da globo rsrsrs
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Excelente texto. Muito informativo, coerente e lógico, como não poderia deixar de ser.
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