É público e notório que não existe educação no Brasil. Enquanto as crianças e jovens dessa nação estudam em escolas precárias, com professores mal pagos e em grande parte mal preparados, vemos o nosso querido e amado Ministério da Educação anunciando aos quatro cantos que o Brasil está aumentando seu Ideb. Talvez eu seja muito crítico, mas a meu ver a educação em terras tupiniquins vai de mal a pior, a despeito de termos um Ideb 4,6 ou um milhão. Devemos essa situação crítica a ideias “brilhantes” como a da aprovação automática e mais recentemente a de distribuir livros didáticos que incentivam e até exaltam a fala errada.
Não é minha intenção colocar panos quentes na situação. A função da escola e do ensino da língua portuguesa na mesma é o ensino da norma culta e ponto final. Quando se coloca um filho no ensino regular espera-se que ele possa aprender o melhor uso da língua, aumentar sua cultura afim de poder se expressar melhor, e outras palavras, que ele se prepare melhor para a vida como um todo. É evidente que todos nós sabemos que a forma com a qual falamos é diferente daquela com a qual escrevemos. Regionalismos, gírias, vícios de linguagem, tudo isso contribui para modificar nossa fala, frequentemente distanciando-a da norma culta escrita. É função da escola instruir os alunos e ajudá-los a diminuir essa distância, tornando-os mais aptos a se comunicarem. É óbvio que nossa fala varia conforme o contexto de nossa conversa, e é importante que essas diferenças sejam abordadas na sala de aula. Contudo, deve-se estimular os alunos a expressarem-se de forma mais próxima ao cânone atual de nossa língua. Expressões como “Nós pegamo os livro” estão erradas sim, não importa quanto pedagogês usemos.
“Mas os alunos que falarem assim vão sofrer “preconceito linguístico” mimimimi…”
A questão não é condenar essa fala, mesmo por que coloquialmente ela é perfeitamente entendível. Mas a escola deveria se esforçar para ensinar corretamente o aluno, de forma que o mesmo pudesse se aproximar mais da forma adequada. A compreensão não seria prejudicada, muito pelo contrário. Além disso, uma linguagem mais acurada facilita muito a vida de qualquer um. Tente falar assim em uma entrevista de emprego e suas chances de conseguir a vaga irão cair vertiginosamente. Isso é “preconceito linguístico”? Alguns podem achar que sim, porém a forma que alguém fala é reflexo de seu nível de instrução, e ninguém é acusado de preconceito por contratar alguém com ensino médio em detrimento de outro com ensino fundamental incompleto. A solução não é nivelar por baixo e dizer que vale tudo na língua portuguesa, e sim melhorar o nível das aulas, capacitar melhor os professores e valorizá-los mais, para que possamos nivelar por cima.
“Mas mimimi você também fala e escreve errado mimimi…”
É claro que eu cometo erros de português, e como professor, é provável que esses erros sejam ainda mais graves. Entretanto, como já diria o velho ditado, um erro não justica o outro. Sempre temos que tantar acertar.
“Mimimi língua viva mimimi”
Todos os idiomas do mundo estão em transformação, e isso é inevitável. No futuro falares e escreveremos de forma diferente do que fazemos hoje, isso é um fato. Porém essas mudanças são organizadas, não é um balaio de gatos.
Depois quando vemos notícias como a de que apenas 25% dos alunos de ensino fundamental aprendem o que deviam da língua portuguesa as pessoas ficam horrorizadas.
Fico imaginando se essa moda pega e passa a figurar nos livros didáticos de outras disciplinas.
Na Biologia:
“É correto dizer que a Evolução é só mais uma teoria e que deveríamos ensinar o design inteligente? É claro que é, mas você pode sofrer preconceito evolutivo.”
Na Física:
“É correto dizer “Eu peso 50 quilos”? Claro que é, mas você pode sofrer preconceito newtoniano.”
Na Geografia
“É correto dizer que o clima de Curitiba varia muito? Sim, mas você pode sofrer preconceito meteorológico.”
Brincadeiras à parte, eu não me supreenderia se visse coisas assim em livros didáticos. O que mais me espanta é ver pessoas da área defendendo isso, mas vá saber. Talvez eu esteja errado e deva passar a ensinar fixismo ou geração espontânea em minhas aula.
Pessoas, despeço-me antes que minha fala fique mais incisiva do que já está.
Saudações!
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Sobre declínio educacional ou “Qual a função da escola afinal?”
sábado, 14 de maio de 2011
Sexta Rock #27 Especial dia das mães
Ontem foi um dia um pouco atribulado para mim e, longe de querer transformar esse blog em um diário de minhas atividades, gostaria de partilhar um pouco dos acontecimentos. Além de todas as atribulações que venho tendo nas últimas semanas, em especial nessa, minha mãe sofreu uma queda e teve uma pequena fratura na televisão no rádio. Eu como filho prstativo que sou a levei ao pronto-socorro e depois de quatro horas saímos, eu alguns gramas mais leve em virtude do jejum de 12 horas, ela com algumas gramas a mais relativas ao gesso. Tirando aborrecimentos extras (como certas ligações de pessoas que não se importam se você está no hospital e poderia estar internado e sem as duas pernas) o processo todo foi tranquilo. Tá mas e o que tem a ver o cu com as calças isso com um post que deveria ser musical? Na verdade eu só queria poder dividir meus problemas com meus amiguinhos Eu pretendia fazer um Sexta Rock em homenagem ao dia das mães, passado no domingo último. Mas Odin é um deus irônico e quis ele que eu não pudesse publicá-lo na sexta em virtude de um acidente com minha própria genitora. Contudo, sou um ser persistente e cumprirei minha meta, muito embora seja no sábado.
Mães, o que falar sobre elas? Fácil, ouça rock. Muitas canções prestam bons tributos às mães, como veremos a seguir. Enjoy!
1. Roger Waters – Mother
Roger Waters é um dos caras que obteve mais sucesso em carreira solo que eu conheço. Sempre com albuns e shows de extrema qualidade. Nesse vídeo, escolhi uma música do Pink Floyd que Waters tocou em um dos melhores shows que já tive o prazer de ver (obviamente eu vi apenas em dvd). Detalhe pra voz maravilhosa de Katie Kisoon.
2. Angra – Mama
Eu sei que já coloquei essa música aqui, mas ela é perfeita (nota mental: perfeição é um conceito platônico – deletar do HD e apagar as dlls) pra esse momento. Assim como a canção anterior, trata de um filho com muitas angústias e que precisa da mãe (por que será que isso é tão recorrente?). Eu gosto do Genesis, mas convenhamos, a versão do Angra é bem mais interessante.
3. Ozzy Osbourne – Mama I’m coming home
Essa música não fala tanto das mães mas sim do cara que quebrou a cara com a mulher (por que será que sinto certa identificação?) e esta voltando pra casa da mãe. Claro, é uma metáfora, sobre o fim de um relacionamento e e como isso afeta um homem. Foda-se é rock’n’roll e é Ozzy!
4. Engenheiros do Hawaii – Terra de Gigantes
Não poderia deixar de citar uma banda nacional aqui. Como de praxe, lhes darei mais uma dose de Engenheiros do Hawaii, com a excelente Terra de Gigantes. Versão do CD ao vivo, 10000 Destinos
Por hoje é só pessoas!
Que o satélite lhes seja leve!
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Eu vi: Thor
Assisti na última quinta-feira Thor, filme que conta a história do Deus nórdico do trovão, personagem clássico da Marvel. Eu, como bom nerd que sou, acompanhei o filme com uma visão já preconcebida do personagem, e posso afirmar: Thor é um filme foda. Pretendo nessa pequena crítica abordar um pouco dos pontos que, a meu ver, são pontos fortes e fracos.
Pontos forte
História simples:
A história do filme é simples. Thor, príncipe de Asgard, filho primogênito de Odin, deus do trovão. Ser tudo isso deixou o rapaz um pouco arrogante e cheio de si. Para ensiná-lo a ser mais humilde, Odin – Pai de todos o bane para a Terra. O roteiro fica na medida, nada tão complexo que pessoas que não conhecem o personagem deixem de entender e nem muito raso.
Boas atuações:
Praticamente todos os atores e atrizes tem boas atuações, méritos do bom diretor Kenneth Branagh. Anthony Hopkins é Odin, o papel lhe cai perfeitamente. Tom Hiddleston, além de ser muito parecido fisicamente com Loki, o interpreta muito bem, a gente chega até a simpatizar com ele, como convém ao deus da trapaça. Jaimie Alexander como Lady Sif, maravilhosa (eu casava com essa mulher).
Cenas de ação na medida certa:
Quem não está habituado com o Universo Marvel, não conhece o nível de poder do Thor. É difícil encontrar outro personagem que posso fazer frente a ele, e é mais ou menos isso que observamos no filme. Enquanto os guerreiros de Asgard suavam para derrotar os gigantes de gelo e sofriam para sobreviver ante ao Destruidor, o deus do trovão acabou facilmente com todos os gigantes destruindo todo o local inclusive e destrói totalmente o Destruidor. Thor destrói a bifrost! O cara é foda.
Asgard:
Asgard, lar dos deuses nórdicos está muito bem representada. Os efeitos digitais estão bons, o figurino na medida certa. A Ponte-do-Arco-Íris ficou muito boa, sem parecer um monumento ao orgulho gay (nada contra). Quisera Odin que o filme todo se passasse lá.
Referências nerds:
Referências nerds são praticamente obrigatórias em um filme de quadrinhos. E no filme do Thor temos algumas bastante interessantes. Sem sombra de dúvidas, a mais interessante é a presença de Clint Barton, o Gavião Arqueiro, muito embora sua participação seja mínima. As referências ao Doutor Bruce Banner e a Donald Blake também são bem interessantes. Mas foi a cena pós-créditos (aquela que só nerds de verdade esperam pra ver) que foi a referência-mor. Não vou contar qual foi e obrigar as duas pessoas que lerem esse post a esperar no cinema até o fim dos créditos.
Pontos Fracos
Ritmo meio corrido:
Em alguns momentos o ritmo da história pareceu meio corrido. A conversão de Thor de um enorme babaca para um príncipe compassivo foi extremamente rápida. Não sei até que ponto isso é justifícavel pelo remorso dele pela perda do pai.
Falta de um desafio maior:
Thor é extremamente poderoso, eu já disse isso. Por esse motivo, é muito difícil encontrar um vilão que represente de fato um desafio a ele. (Surtur quem sabe)
Ausência de alguns personagens
Alguns personagens de Asgard deveriam ou poderiam estar presentes na película. O mais importante com certeza é Balder, atual governante de Asgard no quadrinhos e um personagem muito foda. Também gostaria de ter visto Encantor, mesmo que fosse apenas uma referência, sendo ela uma das mais antigas vilãs do personagem.
Em resumo, Thor é um ótimo filme, com uma história redonda e que cumpre bem seu papel. Uma boa introdução da Marvel ao vindouro filme dos Vingadores.
Nota: 8,5